O Doce Existir, ou Fora Joassaba!

No último dia do mês passado, me deparei com uma pergunta no Quora que realmente me deixou pensando, algo que não acontecia tinha algum tempo — qual é o livro que você gostaria que todos lessem? Não sabia exatamente qual escolher, avaliei o tipo de livro que eu lia e segui em dúvida.

Minhas leituras costumam ser bem específicas e provavelmente mais técnicas do que deveriam ser. Vejam os tipos de livro que referenciei n'O Sísifo Carioca, que depois de dois anos segue sendo minha obra favorita a sair desta cabeça: primeiro, um livro relativamente difícil de ler de Albert Camus no título, depois um texto de Kierkegaard de uma obra que nem li inteira, só o capítulo referenciado, e depois um dos livros menos amigáveis de Dostoiévski, Memórias do Subsolo. Algum dia lerei obras como O Estrangeiro e, talvez, eu veja que ela é mais aberta para leitura de pessoas quaisquer, mas O Mito de Sísifo definitivamente não é uma leitura fluida.

Mas sigamos a lista. O que mais eu leio? A autobiografia de Frank Zappa, o livro Based on a True Story de Norm Macdonald (sugiro fortemente, aliás, para aqueles mais orientados a sentir a existência, tal qual o comediante), os dois primeiros livros da série de Monteiro Lobato do Sítio do Pica-Pau Amarelo, A Arte de Escrever de Schopenhauer, as magníficas Lições de Abismo de Gustavo Corção... Nenhum deles é exatamente indispensável, nenhum deles é para todos (talvez o último seja para todos os brasileiros).

Apesar disso, eu sei que existem experiências universais que descobri através de leituras. E se tem algo que tenho certeza absoluta de ser uma experiência universal, é a dor da existência em si. Dos livros que mencionei antes, vários ou tinham algum viés diretamente existencial, como no caso de Corção e de Norm Macdonald (comediante que notoriamente já citou influência de literatura russa sobre sua visão de mundo), ou refletiam isso de certa forma, como a biografia de Zappa, notoriamente anti-cristão que claramente encontrou seu caminho e propósito de vida na arte.

Quando passamos por momentos de dor e dificuldade, é difícil lidar com o que está acontecendo, e somos tentados a nos colocar como vítimas em uma grande narrativa universal na qual o mundo conspira contra nosso sucesso. Honestamente, acredito nisso até certo grau não-muito-grande. Sim, o mundo moderno é uma loucura que manda estímulos sensoriais 24 horas por dia, o que dificulta as pessoas de terem contato com suas verdadeiras paixões, mas ainda assim não é culpa de ninguém, ou ao menos não de pessoas específicas. É a condição existencial, que nos colocou em nosso contexto como dentes-de-leão ao vento. Nenhum de nós escolheu nascer, nenhum escolheu nascer no contexto em que nascemos e no tempo em que nascemos. Enquanto por um lado somos notoriamente privilegiados de não morrer de lepra, cólera ou desinteria, somos amaldiçoados por sermos responsáveis pela nossa própria miséria.

A vida é muito sofrida. E isso é um axioma universal o qual, apesar de aprender vivendo, refinei e passei a contemplar melhor com livros, e poderia usá-los para responder ao questionamento daquele site. Escolhi duas obras,duas cujo tamanho vai muito além de suas páginas: Em Busca de Sentido, de Viktor Frankl, e Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski.

O segundo foi o último livro a realmente alterar como eu vejo as coisas em minha vida. A cena do protagonista, Ródia, o absoluto vascaíno russo, confessando para a pobre Sônia, a absoluta botafoguense russa, o crime cometido, depois de passar dias de delírio febril por puro nervosismo imposto tiranamente por sua própria consciência, nunca sairá da minha cabeça. O livro é como um grande soco na boca da barriga em slow-motion: aos poucos você vai sentindo o estômago contrair, doer, causar agonia. A diferença é que, nessa analogia, não consigo imaginar nada que recompense a dor, coisa que o livro definitivamente faz.

Ninguém é mais miserável que Ródia no mundo inteiro, e Sônia aponta isso. Isso não o torna isento de responsabilidades, e a sua consciência é a prova absoluta disso: ele escapa das investigações da polícia, consegue que alguém seja considerado culpado em seu lugar, mas nem por isso a sua febre abaixa. Ródia entra em um modo autodestrutivo, cuspindo nas mãos que são estendidas em sua direção oferecendo ajuda, seja de Dúnia, sua irmã, ou de Razumikhin, que é essencialmente a versão literária do chad da academia que ajuda iniciantes só para vê-los melhorando. E esse modo autodestrutivo é identificado por Sônia imediatamente: "Irás te destruir com teu sofrimento!", Sônia repetia em uma "súplica desesperada".

Depois de cometer o crime, toda teoria e toda justificativa intelectual que Ródia podia ter para assassinar uma velha rica e objetivamente maligna foi por água abaixo. Ele não escapa da própria consciência, e nem seria capaz.

Johnny Cash foi o "fora-da-lei" que mais conseguiu de fato chegar perto de representar essa figura arquetípica na música popular. Na realidade ele não passou mais do que um dia na cadeia, e também não matou ninguém, mas isso não o impediu de absorver essa figura. Em seus famosos shows em prisões, Cash dava vida para prisioneiros que frequentemente eram pessoas incrivelmente violentas, e humanizava de verdade (e não como grupos políticos e ativistas fazem) homens brutalizados. No álbum icônico At Folsom Prison, Cash deu sua voz para a caneta e o papel de um prisioneiro chamado Glen Sherley:

Inside the walls of prison my body may be
But the Lord has set my soul free

O que Cash fez com essa audiência foi se colocar de fato no lugar das pessoas para quem ele estava cantando. Ele entendia o aspecto de violência porque estava envolvido com violência, e conseguia ver que o que o separava dos prisioneiros era muito pouco, talvez apenas o acaso.

A violência muda aquele que a pratica, e é por isso que Ródia passa em Crime e Castigo. Curiosamente, Cash eventualmente encontrou sua fé de maneira mais forte, e essa também parece ser a solução de Dostoiévski para Raskólnikov. No brilhante epílogo de seu brutal romance, Dostoiévski contrasta toda a ansiedade do protagonista, agora na prisão na Sibéria, revendo sua vida constantemente mas ainda incapaz de descansar a mente, com a presença de Sônia. Enquanto os prisioneiros ostracizavam Ródia por ser basicamente um niilista, apreciavam a pobre sofredora, davam-lhe presentes e até a respeitavam como curandeira, indo procurar nela algum alento. A ideia é nítida: Raskólnikov ainda é uma alma atormentada, sua consciência ainda o persegue. A solução de Dostoiévski é a conversão: enquanto Sônia é uma mulher religiosa, e seu sofrimento redentor, Ródia é um niilista, com seu sofrimento sem propósito sendo só um grilhão.

Sônia e Ródia se tornaram inseparáveis por causa da conversa dolorida que mencionei antes — Irás te destruir com teu sofrimento! Irás te destruir com teu sofrimento! —, mas Ródia só percebeu isso depois. Curiosamente, com a ausência de comunicação verbal entre eles. Logo no final, antes do epílogo, a presença de Sônia se forçou a ser notada quando Ródia foi seguir seus passos e beijar o chão de uma encruzilhada:

Ela se escondia dele atrás de umas barracas de madeira que ficavam na praça, logo, vinha-lhe acompanhando toda a marcha do calvário! Raskólnikov percebeu e compreendeu nesse instante, de uma vez por todas, que agora Sônia estava ao seu lado para sempre e o acompanharia ainda que fosse ao fim do mundo, aonde quer que o destino o mandasse.¹

E depois, também foi Sônia que, com sua mera presença, fez Ródia voltar atrás após pensar em desistir da confissão:

Ele saiu; cambaleava. Estava com tontura. Não se sentia sobre as pernas. (...) Acabou de descer e saiu ao pátio. Ali no pátio, não longe da saída, Sônia estava em pé, pálida, com cara de morta, e lançou-lhe um olhar assustado. Ele parou diante dela. O rosto dela expremia alguma coisa mórbida e atribulada, alguma coisa desesperada. Ela ergueu os braços, os lábios dele forçaram um sorriso feio e perdido. Ele parou um pouco, deu um sorriso e voltou a subir em direção à delegacia¹.

Ah, se todos pudessem ter uma figura como Sônia para lhes trazer a redenção de volta!

Não existe um personagem no livro que não seja sofredor, mas fica claro: é possível sofrer de maneira pior e de maneira melhor. Enquanto sofrimento em si é inevitável, podemos escolher o caminho de sofrimento mais significativo, o que o torna tolerável. E nem adianta contemplar a possibilidade de caminho sem sofrimento, isso simplesmente não existe.

E sofrimento também não é necessariamente justo. Eu tratei disso parcialmente com humor n'O Sísifo Carioca, falando que eu fui escolhido para carregar o meu fardo — torcer para o Botafogo —, mas isso é verdade para temas até bem delicados. No romance de Dostoiévski o protagonista estava passando fome, a irmã indo se envolver com um homem rico, mas sem caráter e que ela não respeitava, em um momento de delírio altruísta arcou com os gastos de um funeral de um bêbado que conheceu por pouco tempo, e ainda era um intelectual, que acreditava merecer mais do que a agiota

Mas ao fim, Ródia encontra um caminho de paz, logo no final do livro:

Ele abriu [o Evangelho] agora, mas uma ideia lhe veio de relance: "Será que agora as convicções dela podem não ser também as minhas convicções? Os seus sentimentos, as suas aspirações, ao menos..."
(...) Ele não sabia nem que essa nova vida não lhe sairia de graça, que ainda deveria pagar caro por ela, paar por ela com m grande feito no futuro...
Mas aqui começa outra história, a história da renovação gradual de um homem, a história de seu paulatino renascimento, da passagem progressiva de um mundo a outro, do conhecimento de uma realidade nova, até então totalmente desconhecida. Isto poderia ser o tema de um novo relato — mas este está concluído.¹

Inside the walls of prison my body may be
But the Lord has set my soul free

E se for algo puramente sádico?

Aí que entra Frankl. Acredito que, dada sua significância e seu reconhecimento, a maioria já saiba da história de Viktor Frankl. Ele foi um psiquiatra e psicólogo que foi mandado para campos de concentração nazistas durante a segunda guerra mundial. Tenham em mente que esses campos eram cidades inteiras, negócios gigantescos, e os judeus enviados para lá essencialmente se tornavam escravos.

Difícil ver alguma perspectiva numa situação dessas, afinal existe algo sistemático para exterminar um determinado grupo de pessoas, e o que define se você está nesse grupo de pessoas é completamente arbitrário, ou ao menos fora do seu alcance. Somos aqueles dentes-de-leão...

Mas ainda assim, mesmo dentro de um campo de concentração, os prisioneiros ainda tinham escolha, e você via a diferença na moralidade das pessoas ali mesmo. Enquanto alguns judeus se tornavam Capos, servindo de capitães-do-mato para soldados nazistas, sendo frequentemente mais sádicos do que os próprios alemães, outros preferiam morrer de fome a se submeter a isso, preferiam confortar seus irmãos a aumentar o sofrimento.

Podemos escolher também nos amargurar eternamente ou buscar nas nossas memórias aquilo que nos dá vida. Frankl relata conversas delirantes com sua esposa, que provavelmente já estava morta, ouve suas respostas, vê seu sorriso e seu olhar brilhando mais que o sol nascente — tanto faz ser real ou não sua presença. As memórias que Frankl teve de coisas significativas em sua vida serviram de conforto para seus momentos mais difíceis, passando fome, frio e desconforto.

É possível até ver senso de humor nas coisas! Ora, num campo de concentração? Não se brinca com isso!

Dave Chappelle abriu seu especial de stand-up de 2019 Sticks and Stones contando a história de Anthony Bourdain, cozinheiro famoso, estrela mundial, que se matou em uma suíte de luxo na França, e contrapondo esse fato horrivelmente trágico com uma história de um conhecido que perdeu todo seu futuro por ter se casado e divorciado de uma mulher — "Ele não tinha absolutamente nada! E essa piranha tomou metade disso." Existe talento e existe humor em tragédias. Lembro de ter ouvido um trecho de um episódio de 2016 do Saco Cheio Podcast, logo depois do acidente de avião da Chapecoense, que chocou o mundo inteiro. O apresentador, Athur Petry, é um comediante, e obviamente fez piadas com a situação, mas todas com uma melancolia por trás. Ele mesmo fala que foi um fenômeno que deveria mostrar para as pessoas como existe uma coisa grande unindo todos nesse sofrimento, o que de fato é verdade — não sou russo, mas o tanto que apanhei de Crime e Castigo mal é descritível. Torcedores ingleses que nunca tinham ouvido falar da Chapecoense estavam fazendo um minuto de silêncio, diversos clubes do mundo se mobilizaram em solidariedade ao clube catarinense, e a sua arte era o humor, então ali vai sua homenagem. O humor é uma maneira de se lidar com a dor.

Frankl descreve a "vontade de humor, a tentativa de enxergar as coisas numa perspectiva engraçada" como um "truque útil para a arte de viver", e não seria diferente num campo de concentração. Novamente, temos poder de escolha sobre o nosso próprio sofrimento. Uma vez no campo de concentração, não tem muito como fugir de sofrimento (na verdade, é impossível), mas é possível, de fato, tentar não fazer as coisas serem mais miseráveis do que devem ser. Talvez impedir as pessoas de rirem da situação não seja uma boa ideia e seja desnecessariamente moralista, por falta de termo melhor.

Eu falei de vários desses temas no vídeo que produzi para a disciplina de Psicologia da Personalidade na UnB, e ele está aqui no site, então por que me repetir tanto?

Acontece que, enquanto eu escrevia a resposta que inspirou esse texto de agora, da virada do sábado do dia 30 de abril de 2022 para o domingo primeiro de maio de 2022, um amigo meu de longa data, coisa de quase dez anos, estava morrendo sozinho no apartamento dele em uma cidade distante daqui. Como que por uma piada cósmica, enquanto eu escrevia sobre sofrer e se manter vivo no meio de sofrimento, se ia uma das pessoas mais tranquilas que eu conhecia, que carregava um sofrimento claramente injusto.

O amigo em questão era uma pessoa notoriamente deprimida, chegou a ter alguns problemas com opióides, o que preocupou todos que o conheciam, e a possibilidade de overdose passou na cabeça de muitos. Mas não foi, de acordo com a família. E, honestamente, não acho que perturbar familiares no meio de um momento de tamanha dor ajude alguém. Novamente como que por uma piada cósmica sombria, ele estava melhorando de vida: tinha conseguido um bom estágio numa área que gostava, estava se adaptando à sociedade — cortou cabelo, trabalhava, mantinha algum nível de rotima. E como uma lâmpada associada um interruptor guardado por uma criança levada, sua vida foi apagada.

A vida pode ser muitas coisas positivas no meio do mar de sofrimento, mas ela definitivamente não é justa.

O primeiro pensamento a passar pela minha cabeça ao saber da notícia foi: como a vida é frágil! É um milagre a maioria das pessoas ter qualquer momento de felicidade quando somos criaturas tão indefesas, podendo sumir em qualquer momento. A vida deve ser celebrada, apesar de tudo, como todo milagre! Sobreviver é um milagre! Olhe ao seu redor, se tem algo funcionando minimamente bem, é um milagre.

Esse pensamento, que passou como um vulto num filme ininterrupto na minha cabeça, também tem consequências. Se a menor das vitórias é um milagre, por que sentir tanto a derrota e os erros? Todo tipo de pequena irritação realmente vale a pena? Meus últimos meses já vinham sendo uma lição estoica em vários níveis, mas ao acontecer tudo isso isso percebi que simplesmente não vale a pena o estresse desnecessário. Ao menos que se traduza em algo criativo, artístico, engrandecedor e edificante, qual o ganho em ficar parado nisso?

Como eu disse, a vida não é justa. Mas vale a pena seguir o caminho de Raskólnikov?

Estamos todos jogados de maneira arbitrária na existência, em vez de nos revoltar com as engrenagens que nos colocaram onde quer que estejamos, o mínimo que devemos fazer é tentar fazer a inevitável miséria e o inevitável sofrimento não serem maiores do que podem ser. E quem somos nós para dizer exatamente o que nos cabe?

Nos dias seguintes de sua morte, ficou nítido como ele era uma figura querida por todos que o conheceram. Não só ele unia uma gama de pessoas diferentes que o conheciam por ter um papel notório em uma história de internet de quase 10 anos atrás que marcou todos os envolvidos, mas todos tinham boas experiências para falar sobre ele. Eu conversava com alguma frequência com ele, por exemplo, e sempre foi uma figura que me indicava coisas interessantes. Li A Arte de Escrever de Schopenhauer parcialmente por sua sugestão, por exemplo. Sempre via ele sendo sensato em questões delicadas que a internet sempre ia correndo para um lado ou para outro a fim de sinalizar virtude. Ele focava apenas no que sabia, naquilo ao seu redor. E por causa de coisas assim todos o viam com bons olhos.

Talvez ele nunca tenha chegado a saber que tanta gente gostava dele, o que é uma pena, mas é verdade. E não tem como cobrar dos outros, também, cada um tem sua própria maneira e, especialmente na internet, é difícil de saber essas coisas.

Só temos uma vida e uma chance, então talvez não valha a pena gastarmos ela com amargor.

Em homenagem ao amigo, gostaria de terminar o texto com, uma última vez: fora Joassaba!

Inside the walls of prison my body may be
But the Lord has set my soul free


Tenho estado preguiçoso para escrever esses últimos dias, tendo preferido mídia de vídeo, como o meu verdadeiro vídeo de formatura e uns projetos avulsos, mas preciso voltar às minhas origens. Eu tive diversos meios para escrever ao longo dos meus anos de internet, mas nunca fui dedicado para manter um único lugar. Talvez a ilusão de potencial fama tenha me cegado, talvez o mundo não me compreendesse e algum dia fosse descobrir as gemas que eu escrevia... mas convenhamos que não é o caso. Só gostaria de alterar um pouco o formato dos textos. Apesar dos meus favoritos serem mais similares a crônicas — talvez por isso eu goste tanto do que tem escrito no Medium da Torrada —, esses mais "argumentativos" são os que saem com mais facilidade para mim.

Quem conhece Norm Macdonald sabe que ele era completamente insano, por falta de termo melhor. Uma de suas frases que sempre guardarei para mim, apesar de não lembrar de onde tirei, e por isso potencialmente estar fazendo injustiça com ela, é: "a realidade é mais engraçada e estranha que a ficção". Acredito nisso piamente, tanto que O Sísifo Carioca é um texto verdadeiro, apesar de nitidamente humorístico, então gostaria de voltar um pouco a essa via de escrita menos "argumentativa" do que os últimos textos.


¹ Dostoiévski, Fiódor. Crime e Castigo. Editora 34.